segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Maria Joana - Erasmo Carlos

* depoimento de Erasmo Carlos concedido e publicado no livro "Contos do Rock - História dos Bastidores do Rock Brasileiro Contadas por quem estava lá" de Daniel Ferro

"Com a contracultura dos anos 60, aquela coisa maravilhosa, o mundo dominado pela filosofia hippie do paz e amor, faça amor, não faça guerra, logicamente aquilo gerou muitos modismos, e um dos modismos principais foi a maconha, a descoberta das drogas. E aquela coisa toda foi logicamente imediatamente adotada pelos intelectuais e pelos artistasdo mundo inteiro, inclusive por mim. 
E aí vim pro Brasil com aquela coisa na cabeça de marijuana porque eu fui numa boate em Israel, em Tel Aviv, e quando entrei tinha um som louco, um calypso maravilhoso e o cara falava 'i like marijuana, i like marijuana', e eu disse 'vou fazer uma música chamada Maria Joana'. Fiz essa música e logicamente a censura implicou. Eu fiquei numa sinuca: 'que eu vou fazer, que eu vou falar lá com os hômi?' Aí lembrei que eu tinha lido no jornal que meu amigo Nelson Motta, que era casado com a Mônica na época, esse casal ia ter uma filha e o nome dela seria Joana. Liguei pro Nelson e disse 'vou dizer que fiz a música pra sua filha'. , e o Nelson falou 'mas, Erasmo, a minha filha não se chama Maria Joana, ela se chama Joana' e eu digo 'cara, vou dizer que ela ia se chamar Maria Joana, depois vocês desistiram, tiraram o Maria, e eu já tinha feito a música'. 
Mas não colou. Não colou não. Aí a censura me proibiu de cantar nos shows e a execução em rádio. Só foi o possível o lançamento no disco. Então eu nunca tinha cantado essa música até agora (no show Meus Lados B)"

Um comentário: