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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Guerra Santa - Gilberto Gil


Guerra Santa é uma canção de Gilberto Gil gravada no disco Quanta (1997). A letra faz duras críticas aos Negócios da Fé, fazendo referência direta a um triste episódio de intolerância religiosa ocorrido no dia 12 de Outubro de 1995, data em que se comemora o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Na madrugada daquele dia o bispo Sérgio Von Helder, da Igreja Universal do Reino de Deus, em transmissão ao vivo pela Rede Record de Televisão, deu pontapés na imagem da santa, ofendendo os praticantes da Religião Católica. 
Em meio a sua efusiva pregação evangélica, ao vivo na madrugada de celebrações em Aparecida do Norte, o bispo se referia a fé católica com desprezo, condenando o que chamava de "adoração a imagem de barro". E resolveu ilustrar a limitação de sua consciência, descontrolando-se e aplicando pontapés e socos enquanto ofendia verbalmente uma réplica da santa.
A violência praticada por Sérgio Von Helder tornou-se um escândalo e entrou para história como o episódio do "chute da santa". Ele foi denunciado em horário nobre na Rede Globo de Televisão, recebeu queixas na polícia e na justiça. Líderes espirituais de diferentes religiões (e também evangélicos) criticaram o ato. As discussões sobre o caso  estenderam por meses a fio, surpreendendo a opinião pública. Parte dessas reflexões floresce na sabedoria manifesta por Gil na canção Guerra Santa.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Oração de São Francisco - Padre Irala


No dia 4 de outubro é celebrada a trajetória de Francisco de Assis, peregrino italiano que em exemplo de Fé e humildade provocou uma revolução nas bases católicas da Igreja Católica Apostólica Romana. O Single do Dia abraça esta homenagem contando a história da música "Oração de São Francisco".Ao contrário do que se pensa, ela não é uma composição de autoria do santo italiano. Ela surgiu primeiro como "Oração da Paz" e até hoje não teve o seu autor identificado, tendo sido encontrada pela primeira vez na Normandia (França), no início do século XX, em período anterior à ocorrência da Primeira Guerra Mundial - o que talvez tenha sido um elemento motivador de sua mensagem de Paz. 

Anos depois. a Oração seria publicada a cidade de Roma em um cartão que trazia no verso a imagem de São Francisco, com a indicação da revista Souvenir Normand como fonte e um pequeno texto que a associava aos ensinamentos do santo italiano. Foi o suficiente para que fosse atribuída a Francisco. Depois de ser enviada ao Papa Bento XV pelo Marquês de la Rochetulon, fundador do semanário, a Oração correu o mundo, sendo acolhida por cristãos e até mesmo por seguidores de outras religiões.
A sua primeira adaptação musical foi feita pelo padre paraguaio Irala em 1968. Ele mesmo a interpretou no lanlamento de um compacto duplo. O disco foi bem recebido no mercado de música católica, tendo feito com que a canção se popularizasse inclusive no Brasil. Esta foi a releitura musical da oração que se popularizou no Brasil, tendo recebido diferentes versões. Destacamos aqui três delas e deixamos o leitor à vontade para pesquisar por outras: Fagner no álbum "O Quinze"(1989); Joanna no álbum "Joanna em oração" (2002) e Maria Betânia no álbum "Orações Na Voz de Maria Bethânia".
Importante registrar uma outra adaptação musical feita em espanhol por Dario Júlio Gianella Castañé, sob o pseudônimo Manasés, intitulada  "Señor, Haz de Mi uns Instrumento de Tu Paz" e que ganhou versão em português pelo curioso grupo cristão Os Meninos de Deus no álbum "Aperte... Não Sacuda" (1974).

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A Montanha Sagrada - Julito Cavalcante


"A Montanha Sagrada" é uma canção de Julito Cavalcante gravada pela banda BIKE no seu segundo disco "Em Busca da Viagem Eterna" (2017). O guitarrista conta de sua primeira referência montanhosa refletida na composição: "Sou de Taubaté, cidade que fica há 40km da Serra da Mantiqueira e desde moleque visito na região um dos pontos mais altos do país: o Pico Agudo. A primeira frase da música 'subi a montanha pra ficar mais perto do céu' veio dessas visitas - ela já vivia na minha cabeça antes mesmo da banda existir", explica Julito.

Os versos só encontrariam com a música que lhe estava destinada depois da passagem da banda por São Carlos - em uma apresentação que ficou marcada pela projeção das imagens do filme A Montanha Sagrada de Alejandro Jorodowsky. A película, um clássico da contracultura, foi lembrada para batizar um riff criado por Julito em estúdio. "Encaixei essa primeira frase no tema e parecia que a música estava pronta, mas tocando acrescentei as outras duas frases que combinaram com a dinâmica da música ao vivo: assim ela ganhou a ideia de subida e descida da Montanha", conta o guitarrista.
"A Montanha Sagrada" foi lançada como o primeiro single do segundo disco do BIKE. A ideia de ascensão provocada pelo seu clima etéreo chegou a despertar a curiosidade de praticantes religiosos: ela já foi utilizada como trilha em um encontro de jovens evangélicos.  Hoje o próprio autor, refletindo sobre a composição, percebe-a como uma narrativa sintética dos aspecto cíclicos do mercado musical: "Um dia você tem toda a atenção da imprensa e do público, todos querem o seu show, você está no topo da montanha. Pouco tempo depois você já não está em alta e volta ao pé da montanha. Isso aconteceu com a gente: o nosso primeiro álbum reverberou muito, mas ainda não éramos uma banda pronta. Agora estamos no processo de nos reafirmar como banda ao vivo: não temos mais o hype do primeiro álbum, mas com certeza nossas apresentações estão anos luz à frente do que já foram", resume Julito.