Em 10 de junho de 1972, o cantor cearense Fagner lançava a primeira gravação de Mucuripe, canção escrita em parceria com o conterrâneo Belchior (in memorian). Ela saiu encartada na edição do jornal Pasquim como lado B do segundo volume da série Disco de Bolso (no lado A Caetano interpretava A Volta da Asa Branca de Luiz Gonzaga).
Durante este ano, Fagner chegou a morar na casa da sua amiga Elis Regina. Por meio dela conheceu Ivan Lins, que foi convidado a tocar órgão e escrever o arranjo desta primeira gravação de "Mucuripe". A repercussão do lançamento foi curta, tendo funcionado apenas como pontapé inicial na carreira dos compositores cearenses. No mesmo ano, Mucuripe seria consagrada ao panteão das grandes canções brasileiras com a gravação da amiga Elis.
No livro, “No tom da canção cearense – Do rádio, e TV, dos lares e bares na era dos festivais (1963-1979)", do historiador Wagner Castro, Belchior conta que imaginou toda a situação da música, em que se via aconselhando a mulher de um marinheiro; "dizendo que ela deixasse receber todos os seus sofrimentos, todas as suas mágoas […] Então resolvi fazer uma música sobre isso; a questão do Mucuripe, do significado do nome e porque naquela altura Mucuripe era um local muito poético, com suas dunas […]" , afirmou Belchior. Além da gravação dos seus próprios compositores, "Mucuripe" já recebeu diversas versões, dentre elas a interpretação épica de Roberto Carlos e uma mais recente feita pela cantora Amelinha em disco-homenagem a Belchior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário